Talvez o sonho me leve onde a realidade jamais me levará

My own words :)

sábado, 19 de novembro de 2011

Um sorriso


 Era uma vez, é assim que começam os contos de fadas, este não é um conto de fadas, mas uma história de uma menina lutadora que um dia partiu deixando tudo para trás 

 Tornando á história...
 Era uma vez uma uma menina apenas com 6 anos, de cabelo escuro, olhos cor de mel, no seu rosto predominava o sorriso, ela tinha uma expressão encantadora e como todas as crianças trazia alegria ao mundo, mas ela... ela era diferente, a sua expressão trazia esperança e o seu olhar fazia transparecer o sorriso, sorriso esse que era capaz de trazer felicidade a todas as pessoas que com ela convivessem. 
 Toda a gente a adorava.
 Maria, era esse o seu nome. 
 Maria era uma criança feliz, vivia no 5º andar de um prédio a sul do país, onde tinha o seu espaço e era lá que passava horas a brincar com as suas bonecas. O seu brinquedo preferido era um ursinho ao qual ela chamava de 'musti'.
 O musti andava sempre com ela, para onde quer que fosse ela levava-o. Desde bebé que assim era, ele era o seu melhor amigo, era com quem ela passava mais tempo, era ele quem brincava com ela durante horas no seu quarto com as suas bonecas e era ele também que nas noites de frio e tempestade estava deitado ao lado dela. 
 Maria nunca tivera sido uma criança como todas as outras que criam amigos imaginários, ela tinha o musti e para ela, ele era o único que a compreenderia nas suas brincadeiras, o único que a aceitaria e lhe diria sempre que sim a tudo, o que lhe diria sim a todos os seus desejos, era ele que lhe dava o sorriso.        Maria tinha um carinho muito especial pelo musti, este tinha-lhe sido oferecido pelo pai uns tempos antes deste falecer, ela nunca percebera bem o que acontecera a seu Pai, mas sentia saudades desde o dia em que chegou a casa e encontrou um pedaço de papel escrito pelo seu pai por baixo do ursinho musti. A Mãe tinha-lhe dito que o pai tinha ido ao céu ter com o avô e desde esse dia Maria ficou a espera do seu regresso... 
 Os anos foram passando a esperança dos olhos de Maria fora desaparecendo a medida que ela se tornava mais velha e percebia o que realmente tivera acontecido a seu pai, a media que o percebia o carinho que sentia por musti aumentava, ele continuava o seu melhor amigo e em todas as fases da sua vida fora sempre a ele que Maria recorrera sempre que se passava algo de errado. Ao longo dos anos Maria nunca tivera coragem de ler o que dizia no papel que o seu pai lhe deixou, até que um dia quando completou os seus 18 anos decidiu que estava preparada para ler o que dizia no papel, achou que estava pronta para "encarar" as ultimas palavras do seu pai, pegou no musti e no papel e deslocou-se para a janela que era o que fazia quando queria ler, escrever ou desenhar. 
 Abriu o papel e la estava o texto, com a letra um pouco desgastada e escrita a pressa.
 "Maria, tu sabes o quanto eu adoraria estar ai para te ter visto crescer.", a primeira lágrima escorreu-lhe pela sua face e de um impulso abraçou com mais força o musti. "Eu sabia que tu irias ser linda, tal como és hoje, sabia também que até perceberes o que me aconteceu não irias largar o musti, um pouco antes de falecer fui eu quem disse a tua mãe para que se eu falecesse te dissesse que eu só tinha ido ao céu ter com o avô, para que tu nunca deixasses de ter o sorriso que maravilhava todas as pessoas que olhavam para ti.
Durante 2 anos foste sempre tu que me deste forças para continuar, foste sempre tu que me fizeste sorrir diariamente por te ver crescer e é a sorrir também que tu irás completar o resto da tua vida, não a sorrir para mim, mas a sorrir para o resto do mundo, tu foste, és e serás sempre o melhor que aconteceu na minha vida, tu e a tua mãe foram as unicas pessoas capazes de me fazerem feliz, e só por vos ter conhecido, hoje, mesmo estando eu morto sou feliz. obrigada por cada momento de felicidade filha, tu és o que eu mais amo, e o teu sorriso foi o que conquistou todo o meu amor, por isso peço-te que passes o resto da tua vida tão feliz como eu passei a minha, e que até ao final tenhas conquistado o mundo com o teu sorriso, adoro-te" Diante de tais palavras Maria não conseguia travar as lágrimas ficando deitada na sua cama abraçada ao musti que juntamente com a carta lhe tocavam no coração. As horas passavam, Maria lia a carta vezes sem conta até que de um momento para o outro abriu o armário, tirou de lá um saco de desporto onde pôs parte da sua roupa.
 E, com lágrimas escreveu num papel,

"Mãe, o meu Pai disse-me que um dia eu iria conquistar o mundo com um sorriso, o meu sorriso, e é isso que eu vou fazer. Eu prometo voltar, e prometo nunca te esquecer, amo-te"
 Maria partiu deixando assim o bilhete escrito para a mãe juntamente com o papel que o Pai lhe deixara.



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